Lino Villaventura lança inverno próxima terça em São Paulo.

O maximalismo de Lino Villaventura faz sentido neste momento da moda, e o estilista se renova, beneficiando-se do frescor da sala de desfiles envolta pelo parque.Suas modelos apareceram lá fora, sob muita fumaça, e vinham entrando com seus vestidos multicoloridos.
Inspirado pelo trabalho do artista austríaco Hundertwasser, ele trouxe um excepcional trabalho de fitilhos em cetim, em surpreendentes construções e desafiadoras sobreposições, em imbricadas geometrias.
Num segundo momento, o glamour da alta-moda entra na coleção, e aparecem silhuetas anos 50, mas ainda assim com a cara de Lino Villaventura
Os comprimentos são mais longos, e, portanto distantes das proporções mais contemporâneas da moda. O desfile fica atemporal, flutuando somente no imaginário louco do estilista, o que funciona para o bem e para o mal.
O exercício é tentar imaginar as roupas de Villaventura fora daquele contexto lúdico e surreal, no dia-a-dia. Mas será que isso é necessário?O vestido meio hippie de Samira e o longo esvoaçante azul, quase uma nuvem, de Carol Francischini, sugerem que o sonho da moda deve ser vivido.